The Economist
Um dos livros da moda em 2005 foi Freakonomics, de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner, que em resumo procurava explicar diversos mistérios cotidianos aparentemente aleatórios por meio da lógica econômica. Por mais que sociólogos e afins esperneiem, a idéia é interessante, ainda que a sua execução ainda esteja fora do meu julgamento, porque eu não li e nem lerei o livro tão cedo.
O mais engraçado pra mim é que mais ou menos essa idéia eu já tinha tido, quando eu estava mais ou menos no terceiro semestre da faculdade. Perguntei para uma amiga o que ela queria da vida. Ela respondeu com uma calma nipônica que queria seu equilíbrio. Achei a resposta um pouco estranha, porque ela encaixava bem com uma hippie anos 90 e não com uma extremamente racional aluna de economia. A resposta dela foi brilhante: uai Hugo, não. Eu quero viver no ponto em que a oferta e a demanda se encontram.
Fiquei um tempo pensando nisso, até porque algumas semanas depois disso eu passei por um daqueles momentos em que as coisas me pareciam muito erradas (não, não foi porque eu tomei o kick). Até que eu pensei que o problema é que eu esperava mais da vida do que eu dava pra ela. Pensando nisso por alguns dias, eu conclui que na verdade eu esperava mais da vida do que eu era capaz de dar a ela. Havia um forte desequilíbrio entre oferta e demanda. Foi libertador.
Resolvi não querer ser grande. Resolvi que era melhor ser feliz. Tudo isso porque eu concluí que por mais que seja bonito colocar ser grande como pré-requisito de se ser feliz, como preconizado pelos meus colegas de REL e transformado em obsessão pelos do PET, isso não era, mesmo, a minha.
Isso fez com que eu ficasse feliz com a minha vida, que na verdade era a vida que eu queria ter quando eu tinha 15 anos. Mas acabei me acomodando. E hoje a minha vida não esta de acordo com o que eu planejava. Estou feliz. Mas eu andava sem motivação, exatamente porque eu estava feliz.
Enfim, eu só consigo me mexer se eu estiver insatisfeito. Estou no momento procurando um meio termo entre ser capaz de curtir minha felicidade sem me acomodar numa mediocridade confortável (como eu fiz desde que eu entrei no PNUMA e por um tempo depois que eu saí de lá) e querer crescer sem ser um paulistano-like obcecado por um sucesso definido por alguém que eu nem sei quem é.
Pode deixar q se eu chegar lá eu falo pra vocês. Por enquanto eu ainda estou esperando o mercado consertar os efeitos nefastos da intervenção governamental na minha cabeça.