terça-feira, agosto 23, 2005

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Acho q eu já escrevi antes aqui q no meio do meu paranoicamente absurdo complexo de inferioridade adolescente (que anda nas últimas, mas ainda suspira) a única coisa que ainda me fazia acreditar q eu era melhor q alguém em alguma coisa era a minha disciplina. Sempre consegui estabelecer algo como foco e chegar lá, desde q eu acreditasse que era possível dentro dos meus estreitos limites intelectuais e principalmente estéticos. E pra isso eu era realmente capaz de sacrificar outras coisas, abrir mão de pequenos prazeres pra conseguir o q eu achava q seriam grandes coisas. Tudo bem, até q em Resende eu me achava mais inteligente que a maioria das pessoas, mas aqui em Brasília eu vi que o q eu tinha de melhor mesmo era a minha capacidade de me focar e ir atrás do que eu achava certo.

2004 foi um ano muito bom em muitas coisas, mas acho q olhando à distância, me parece q ele roubou minha grande qualidade. Em algum ponto de 2004 eu me tornei um escravo das pequenas coisas q, de fato, fazem a vida valer a pena, mas que são um luxo pra quem tem problemas materiais sérios a resolver.

Em outras palavras, minha vida não estava ganha pra eu parar de ser nerd e eu parei. E agora, q as coisas estão apertando (coisas latu senso mesmo, tudo tudo na vida) eu vejo que minha disciplina que ficou largada em alguma festa de 2004 está me fazendo uma falta enorme.

A conseqüência principal disso, obviamente, é que eu estou me sentindo um lixo. Por mais que agora eu até acredite mais em mim, eu ainda acho q a minha capacidade de ser focado no que eu quero é o q eu tenho de melhor. E agora, que eu não tenho mais isso?

O bom é q em 2004 eu tb amadureci um pouco. Aprendi a não me desesperar e ver que o clichê é verdade: tudo passa. Pelo menos a dor e a agonia passam. Os problemas até ficam (como é o caso agora), mas a tristeza passa. Então, por mais que agora eu esteja me sentindo menor que o pontinho final do título, eu acho, mesmo, que o Isaac Brock estava certo: even if things end up a bit too heavy we´ll all float on alright!

Tudo bem, polianismo a essa altura da vida pode não ser a melhor coisa. Mas eu preciso acreditar que o melhor virá pra manter a sanidade (ou pelo menos dormir, o q já estará de bom tamanho hoje).

O bom, nessas horas em que tudo parece ruim, é que eu tenho tido a calma de parar e olhar pra minha vida e ver que falta menos do que nunca pra eu estar onde eu queria. Na verdade eu já cheguei lá (e isso me agonia tb, mas isso é assunto pra outro post), só que novos problemas imprevistos apareceram.

Mas tudo sempre passou. Vai passar agora também.

Se 2004 foi o ano mais agitado da minha vida, 2005 tem sido um enorme stand by. Acho q eu vou abortar 2005... Acho q é isso. Se o meu deadline para o início de 2005 era a defesa da monografia e ela só veio em agosto, acho q eu posso considerar 2005 um ano perdido. Claro que não foi um ano perdido. Mas tudo o q aconteceu de bom esse ano foi fruto de agradáveis acasos. Não cumpri nenhum plano. Nenhum nenhum.

Não estou mais tão triste. Se certamente eu não sou a pessoa que eu queria ser quando eu pensava sobre 2005 em 2004, talvez quem eu seja não seja tão ruim. Nessas horas que eu queria ter fé. Porque aí eu poderia acreditar que 2005 foi assim para que 2006 seja magicamente como eu queria.

Mas eu prefiro achar que 2006 tende a ser ruim. Então, acho que vou usar o resto dessa coisa amorfa e esquisita que é 2005 pra me preparar para um ano melhor. Tanta coisa em mim melhorou, mas eu preciso da minha disciplina pra amarrar tudo. Se não, a coisa amorfa e (mais) esquisita, serei eu.

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