quarta-feira, agosto 04, 2004

pastos enormes

Faz-se por aí alguma paragem. Mas sempre terá uma flor estendida em sorriso pra mim. Pelo menos eu tenho que acreditar nisso. Eu tenho.
Sempre
me fiz dessas verborragias do coração. É o que me cabe de melhor. Mas nesta cidade de horizontes tão tão, olhar para os meus pés enquanto caminho já é evolução. E como. O que quero dizer é que esta cidade me toma de rédeas métricas, de tercetos, quartetos e parnasianismos afins. Não que não goste. Mas bem que esta cidade podia ser de ares mais viscosos. Viscosidade.
Dois anos e meses alguns e quebrados. Brasília. Horizontes ainda tão largos que o coração bate
sem eco. Batia. Cercada sempre fui de metodismos, maneirismos, jeitismos, fluismos. Coisas de um universo abstrato de modernismos em solidariedades atrozes.
Me chamam por Tarsila. Alusão a alguma mente pop-prostituta de décadas atrás. Mentres e ventres, fizeram-me moça incauta, plena e perfeita, e com um coração que pulsa sem eco. Pulsava.
Num desses templos de fascínio e pseudo-sabedorias, brota em estado inédito, altivo e alto, sorriso não de dentes, não de escárnio. Um sorriso de humano, de alma. Queria que meu. Meu sorriso em flor. Plena que me fizeram, os olhos dele não precisam de muita força pra me atravessar, me fazer em arrepio, viço novo, punho cerrado.
Estou aí, cercando minhas duas décadas, e agora parece que sou fêmea, mera mulher. Mulher. As paredes se transformam pelas quartas dimensões. Quando me sinto mulher é que me volto criança, só que agora estou protegida, não por ele, mas por meus cabelos, meu corpo, meus minhas. É verdade que sempre houveram olhos em mim, vários, nunca vistas refinadas. Só que a vista dele me cuida de preocupações. Obtuso, ele de quando em vez me traz verbos estranhos, vastos e negros, traz pra nós um contexto deveras enorme pra mim.
Por que ele me faz vazia quanto mais me ocupa, me cerca?
Reflexos dessa cidade.
Ela nunca teve flores.
Nem


tarsila

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