The Good Times Are Killing Me
Como qualquer ser humano anormal, tipo você, sua tia, seu pai, sua professora de geografia da quinta série e até seu cachorro se ele tivesse polegar opositor, eu fiz esses tempos uma lista das coisas que eu deveria fazer pra tornar minha vida melhor, ou pelo menos pra eu me tornar uma pessoa mais aceitável pra mim mesmo. E tão óbvio quanto isso, eu ando executando 10% da lista.
O problema é que minha vida anda muito boa. Eu adoro meus amigos que me adoram, eu tenho um trabalho suportável que me paga bem, minha família está bem na medida do possível, aquela cordinha chata de que eu falei num post anterior anda pertinho de arrebentar, eu estou muito mais satisfeito com o meu desempenho enquanto gente do que eu já estive em qualquer outro momento da minha vida, entre outras coisas legais afins. Então, eu acho q eu ando sem incentivos pra riscar itens da fucking listinha.
(Aí, você pergunta, pq vc fez a lista anyways animal? Eu respondo: Porque o que está bom sempre pode melhorar).
Como todo mundo que me conhece está exausto de saber, eu sempre me odiei. Minha auto-estima sempre tendeu a zero e a única coisa q eu gostava em minha era a minha capacidade de fazer as coisas às quais eu me propunha de verdade. Minha disciplina assustava até a mim. E agora cadê? Antes eu sempre sempre sempre fazia o que eu deveria e deixava de lado o q eu estava afim de fazer naquele segundo. E acho que não é difícil entender que a razão disso era o fato de eu achar que precisava andar pra frente, e logo, senão eu ia na melhor das hipóteses morrer. Agora não. Agora everything is its right place. Eu já não to mais correndo atrás do prejuízo. Agora, o que vier vai ser lucro. E por que eu não consigo me mexer pra lucrar?
Se alguém aí que está lendo isso lia o blog antes, talvez lembre das minhas nóias. Eram coisas que na minha cabeça eram sérias. Nesse instante exato em que eu estou escrevendo, a coisa que mais me preocupa, mais do que a pilha gigante de leituras interessantes às quais eu me propus e que eu ando trocando por cervejas e outras coisas interessantes que a vida tem pra oferecer (vai cordinha, arrebenta uma vez!), é uma coisa pequena e mesquinha (da qual eu já falei antes tb nesse blog) e que eu não posso, não devo e nem deveria querer mudar. O que é ridículo da minha parte, eu sei, mas que... ah, está me consumindo. OK, nem tanto, mas não está exatamente me deixando feliz. Enfim, em suma eu to noiado com uma coisa que até eu sei que é idiota. Onde estão meus problemas reais? Aliás, cadê meus problemas imaginários old school?
Ou seja, getting a life é bom, muito bom, ótimo, excelente, mas dói. Por que a parte boa do meu lado nerd se recusa a conviver em harmonia com o meu recém adotado lado boêmio? Não tem nenhuma razão lógica pra eles não serem amigos. Aliás, cadê a minha racionalidade lato sensu? Cadê? Hein? Volta, eu preciso de você, razão dos infernos.