Precisa mesmo explicar?
Conversando um dia com a Bel, a gente percebeu como é interessante o fato de as artes diversas tocarem as pessoas de formas tão diferentes. Eu por exemplo sou alucinado por música, muitas são capazes de me deixar eufórico, outras irritadíssimo. Cinema tb me toca bastante, eu sempre saio emocionado do cinema, mesmo nas comédias mais toscas. Com cinema eu chego a ser sem critério, me amarro em tudo, como eu já disse antes aqui.
Já as artes visuais (pintura, escultura, arquitetura...) não me fazem efeito algum. A maioria dos quadros que eu vejo me desperta a mesma quantidade de emoção que a parede que os cerca. Mesmo estando em Brasília eu nunca reparo nos esquemas arquitetônicos, só os vejo qd me falam. As exceções aqui são a fotografia (que me emociona com certa freqüência, especialmente se não forem fotos de miséria humana poser em preto e branco como o Salgado e se forem momentos-chave como os do Cartier-Bresson) e algumas pinturas surrealistas.
Mesmo em música, é estranho a forma pela qual os gostos musicais se definem. Não sei explicar pq eu gosto de Belle and Sebastian ou pq eu prefiro Caetano ao Chico, por exemplo (meu deus, sinto as pedras e as pauladas me atingindo). Sei vagamente que eu tendo a não gostar do que a maioria gosta, mas isso não é regra.
Como essas preferências se formam? Pq eu gosto de rock britânico hoje se há cinco anos eu mal conhecia o Oásis? Pq eu tendo a gostar pouco de música brasileira se meu background musical foi todo de MPB? Aliás, acho os ritmos latinos bem chatos quando puros, mas adoro as adaptações, referências ou só o “tem um som levemente parecido” que alguns fazem (caso do samba com os Los Hermanos ou da bossa nova com os Kings of Convenience).
Enfim, alguém tem uma idéia? Por que as artes emocionam de formas diferentes? Não que essas dúvidas estejam tirando meu sono, até pq eu tenho me levado tão pouco a sério ultimamente que todas as respostas científicas e eruditas têm me irritado. Mas eu acho engraçado não conseguir explicar meus gostos e desgostos artísticos, inclusive os mais fortes.