terça-feira, agosto 10, 2004

Batendo recordes de vagabundagem

Desempregado. Faculdade de Greve. Solteiro. Desesperado? Claro que não!

A partir de sexta-feira passarei 96 horas diárias ligado a tudo que acontece na cidade em que as estátuas têm barbas mais ridículas que a minha. Sim, Atenas me chama. Com quatro canais do Sportv, minha mãe fazendo comida todo dia e as aulas ainda distantes, tenho a chance de assistir à minha terceira Olimpíada.

De Seul, 1988, são poucas as memórias. A prata do futebol, o desespero do meu pai chegando da padaria correndo para ver a final do Judô, com o ouro de Aurélio Miguel... o deslumbramento da minha mãe com a superação de Greg Louganis, dos saltos ornamentais.

Em 1992, com 9 anos, pude ver mais e melhor. E vi os melhores. O maior espetáculo da Terra. Ainda não acordei daquele sonho que vivi em uma quadra de basquete habitada por Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Clyde Drexler, David Robinson, Charles Barkley, Scottie Pipen, Patrick Ewing... todos fantásticos, mágicos. E todos ao mesmo tempo.

Atlanta foi a minha Olimpíada. Vi todas as medalhas brasileiras ao vivo. Estranho, não vibrei de forma sobrenatural com nenhuma. De certa forma, eram todas esperadas. Uma final brasileira no vôlei de praia, duas favas contadas na vela... e por ai vai. O revezamento 4x100 no atletismo e o hipismo - surpreendentes terceiros colocados, talvez tenham sido a ponta de emoção.

Sidney... o que foi Sidney? Enquanto o Brasil perdia para Camarões eu estudava as funções do parênquima paliçádico nas angiospermas. Não me esqueci daquele jogo. Mas não sei mais as funções do parênquima.

Agora, resta-me a pipoca, o sofá, e um estoque de suco de uva. De caixinha, claro. Não quero perder tempo batendo nada no liquidificador. Os atletas que se espremam por lá... batendo seus recordes e me fazendo esquecer dos meus problemas.

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