terça-feira, agosto 17, 2004

A primeira lição de Atenas

Detesto ver futebol em Olimpíadas. Pode ser implicância, tem cara de despeito, chamem como quiser. Mas assistir futebol na maior festa do esporte mundial é perda de tempo.

Noventa minutos é muito para um evento só. O bom das Olimpíadas, creio eu, é justamente o imediatismo. Em um segundo pode-se ganhar ou perder uma medalha. Com dez, perde-se a chance de disputar a final dos 100 metros rasos – o recorde mundial é de 9s78.

Mas, devo admitir que o futebol – tão estéril de heróis olímpicos – deu a primeira lição dos jogos de Atenas.

Com uma equipe formada em sua grande maioria por atletas amadores, o Iraque por noventa minutos deixou de ser o país das bombas, das invasões, das atrocidades. Incrustados em uma guerra que nos faz questionar a sensatez do ser humano, o time respondeu em campo, com uma vitória de 4 a 2 sobre Portugal.

A guerra continuou no país. Mas os ataques cessaram durante a partida. A paz, mesmo que efêmera, teve noventa minutos. Nestas horas, o futebol tem suas vantagens.

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