Retrospectiva 2004 - Parte 2/12
Malas no carro e noventa e poucos quilômetros adiante. Pela primeira vez – e provavelmente a última – o Carnaval deixou de ser um momento intimista sedentário. Pode-se falar de tudo. Menos que não foi divertido. A nobre arte de tentar se comportar em situações estranhas é sempre desafiadora.
E aí que percebemos várias coisas. Quando o uísque tem energético, ele é pior, mas também deixa bêbado. Se a dose do Black Label está quatro reais, há algo errado. “Wanted dead or alive” é sempre melhor às cinco da manhã, no meio da rua, gritada a plenos pulmões, com a nítida vontade de acordar os vizinhos.
E, por fim: quinze anos depois, a introdução de “Welcome to the Jungle” ainda arrepia. Mesmo tocada entre duas músicas baianas. Mesmo no famigerado Carnaval de Itaberaí.
Muitas músicas tocaram no mês de fevereiro. O melhor de tudo é que algumas delas eu vi nascer. A SlutCream tomava forma e o sonho de ter uma banda também. A cada nova composição, uma força ia surgindo dentro de cada um.
Além de produzir músicas, nosso esforço consolidou amizades. E isso, como eu percebo cada dia mais, é algo fundamental em minha vida.
Houve fases difíceis, sim. Mas a ajuda dos amigos foi decisiva. Nomes nessas horas sempre atrapalham. O risco de esquecer alguém, embora pequeno, sempre existe. E não é hora para correr riscos com gente que esteve do meu lado.