E aê, muleke doido!!
Meus amigos já sabem a minha opinião sobre o que eu vou falar, mas eu vou escrever pra não esquecer, fazer um web log mesmo, afinal é pra isso que o blog deveria servir originalmente.
É muito engraçado como os brasilienses são pouco interessados em pessoas. Na maioria dos lugares do Brasil (acho) a falta de educaçao é vc NÃO falar com as pessoas. Aqui parece q é o contrário. Parece que dar bom dia é uma ofensa pessoal. Estranho. No elevador do prédio onde eu faço estágio eu só recebo bom dia ou boa tarde de pessoas mais velhas (50+). Tranquilo isso, normal até. O estranho é que quando EU FALO bom dia eu raramente recebo respostas. É bizarro. Vc entra no elevador, topa com, sei lá, seis pessoas, manda um bom dia super simpático e recebe de poucos uns acenos de cabeça e de muitos o silêncio e o indiferentismo... Me parece que rola até uma relação de idade, estética e sexo com a taxa de respostas aos cumprimentos. Os 50+, homens e mulheres, sempre respondem (talvez por que nenhum seja brasiliense nato). Os 40ões e 30ões tb quase sempre respondem. As 40nas e 30nas gordinhas também. As magras (feias e bonitas) respondem às vezes. Os homens jovens respondem às vezes. As jovens feias respondem raramente. E as jovens gatas NUNCA respondem. E ainda fazem cara de más. É estranho. Custa falar bom dia? Estranhão.
Eu conversei isso com umas pessoas de Brasília e elas acham inconcebível puxar papo com alguém que senta do seu lado no ônibus. Em Resende eu era muito criticado por não fazer isso. Me achavam O freak. Aqui é normal não saber o nome do vizinho. Sabe-se o nome do cachorro do vizinho (que é gritado pela casa), mas não o nome do vizinho mesmo.
Isso leva a um ponto interessante, uma demonstração clara da forma pela qual os brasilienses enxergam certos aspectos das relações interpessoais: a expressão pejorativa fórça (isso mesmo, com acento agudo no o). Fórça é a pessoa que “força a amizade”, ou seja, que puxa conversa com desconhecidos ou entra em rodinhas que não são as suas. Aqui todos tentam não ser chamados de fórça. Perdem a chance de conversar com pessoas ou se penalizam por fazê-lo pelo medo de serem fórça.
É matematicamente negativo perder a chance de conversar com pessoas. E os brasilienses jovens parecem não pensar nisso. Porque a palavra força é pejorativa mesmo, sem qualificação.
Por que isso? Por que ser “difícil” e pouco sociável é educado em Brasília? Por que tentar conhecer e se aproximar de pessoas sem que se tenha algum vínculo social afim é quase um atentado à moral? Por que se mostrar disposto a gostar de pessoas pega mal?
Cidade estranha. Povo estranho.
P.s.: Tinha muito mais pra falar sobre isso e certamente alguns vão me entender mal. Mas eu to com preguiça. Outro dia eu refino o argumento.