Ai...
Não, não...
Em geral escrevo no blog pra tentar expiar algumas das tristezas momentâneas que eu, como qualquer um, tenho com uma certa freqüência. Tanto que quem só tem contato comigo através do blog deve me achar um chato reclamão. Bem, não que isso seja totalmente mentira, mas não é disso que eu quero falar.
Tem uma coisa que sempre me fez muito mal, a principal coisa que fez a minha adolescência ser o lixo que ela foi, e sobre a qual eu tenho certas fortes restrições de comentar aqui no blog. Até hoje eu achava que eu tivesse superado completamente as minhas paranóias nesse assunto, mas eu vi que não, e no momento nada me parece paranóia, as coisas voltam a parecer tão tão reais, tão reais... Mas também não vou falar disso, pelo menos não diretamente.
A minha pessoa incoerente e desamadurecida volta a ter muitos problemas com a falta de crença em si próprio. A maioria dos leitores deste blog são meus amigos que convivem comigo diariamente e, por uma série de razões provavelemente vão voltar a querer me matar por eu insistir ainda nisso, apesar de tudo. OK, as coisas estão correndo bem e eu tenho muita coisa que muita gente queria ter, eu consegui atingir quase todos os meus objetivos e que eu devia dar graças a deus por ter tudo o que eu tenho, e blá blá... Mas não dá.
Não dá porque eu continuo não tendo muitas outras coisas. Eu continuo ganhando apenas quando eu sou o único competidor. Desde sempre eu odiei competição. Às vezes eu fico tentando entender porque eu prefiro tanto não ter que competir. Nos momentos de iluminação, como agora (depois de tomar umas porradas de uma realidade que passa tão perto de poder ser tão boa mas que nunca chega a ser 100% boa como teria chance de ser) eu vejo que eu não gosto de competir simplesmente porque eu tendo a perder. Talvez eu tenha vontades e gostos tão particulares porque a única forma que eu tenho de ser melhor em alguma coisa é querer algo que ninguém mais quer. É buscar vontades inéditas, prêmios que só eu quero ganhar.
Eu tenho o péssimo hábito de perder. Por isso eu fujo de competir. Por isso eu tento coisas diferentes. Por isso eu quero descobrir tudo antes, antes que eu tenha que ser (invariavelmente sem conseguir) o melhor. Só consigo ser O melhor quando eu sou o único.
Entendo que isso não é ruim. Entendo que isso não impede que eu seja um cara bom. Mas o fato é que eu não posso, não posso querer o santo graal que todo mundo procura. Eu não vou consegui-lo. Melhor eu me especializar nessa procura pelo novo. Achar meu jeito de ser feliz, porque ser feliz do jeito tradicional não vai dar. Eu não vou conseguir as vitórias clássicas que todo mundo quer ter, elas são demais pra minha escassa competência. Minhas vitórias têm que começar a me bastar. De outra forma, vai tudo continuar parecendo intransponível.
Outra vez tem muito mais. Queria escrever algo que me emocionasse quando eu lesse de novo. Não dá. Como diria o Rafa, “OK? I´m pretty fucking far from OK”. E nem meu CD da Cat Power tá comigo. Nada melhor que a Chan Marshall cantando pra eu dormir agora.